Se as minhas mãos pudessem desfolhar

lorca

Se as minhas mãos pudessem desfolhar

Eu pronuncio teu nome
Nas noites escuras
Quando os astros vêm
Para beber na lua
E os ramos dormem
Nas folhas ocultas.
E me sinto vazio
De paixão e música.
Relógio louco que canta
Antigas horas moribundas.
.

Eu declaro teu nome
Nesta noite escura
E teu nome soa familiar
Mais distante do que nunca.
Mais longe que todas as estrelas
E mais doloroso que a mansa chuva.
.

Vou te amar como então
Alguma vez? Que culpa
Tem este meu coração?
Se a névoa esfuma
Que outra paixão me espera?
Será calma e pura?
Se meus dedos pudessem
desfolhar a lua!
.
.

Federico Garcia Lorca (Fuente Vaqueros, 5 de junho de 1898 — Granada, 18 de agosto de 1936), poeta e dramaturgo espanhol, e uma das primeiras vítimas do fascismo espanhol. Tradução de José André Lôpez Gonçâlez.

SI MIS MANOS PUDIERAN DESHOJAR

Yo pronuncio tu nombre
En las noches oscuras
Cuando vienen los astros
A beber en la luna
Y duermen los ramajes
De las frondas ocultas.
Y yo me siento hueco
De pasión y de música.
Loco reloj que canta
Muertas horas antiguas.

Yo pronuncio tu nombre,
En esta noche oscura,
Y tu nombre me suena
Más lejano que nunca.
Más lejano que todas las estrellas
Y más doliente que la mansa lluvia.

¿Te querré como entonces
Alguna vez? ¿Qué culpa
Tiene mi corazón?
Si la niebla se esfuma
¿Qué otra pasión me espera?
¿Será tranquila y pura?
¡¡Si mis dedos pudieran
Deshojar a la luna!!

Deixe um comentário